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Grafite exposto no ICA e que é a base desse trabalho |
Um pouco de aventura
Isso não é sobre a criação em si do trabalho, mas tem a ver (e de nenhuma forma é um tipo de desculpa). Iniciei um pouco tarde a busca por obras de arte, e como o carma cobra da gente, tive uma onda de azar do tipo: Exposição encerrada, museu em reforma, museu fechado sem aviso prévio (O responsável desse ultimo simplesmente saiu sem falar pra ninguém e fechou as portas, e sim, eu fui em vários locais). Dai parti para um plano que eu já havia cogitado inicialmente, mas tinha esquecido: O Grafitti, verdadeiras obras ao céu aberto, expostas por toda a cidade e de artistas que muitas vezes são descriminados (por exemplo, confundido com pichadores). Nas minhas andanças e pesquisando um pouco na internet, descobri que alguém mapeou alguns graffitis por fortaleza. Pode ser visto clicando aqui: Link do mapa
Mapa de muros grafitados por toda Fortaleza |
Mas o que é graffiti (grafite)?
O grafite é a arte da rua. Um linguagem do povo. Sua popularização veio na década de 70 em alguns bairros de Nova York. O termo Grafite, de origem italiana “graffito” (plural “graffite”) significa a “escrita feita com carvão”. Em fortaleza acontece a Semana do Grafitti, evento que reuni diversos artistas da área para espalhar suas obras pela cidade, algumas pinturas do evento no ano de 2016 foram grafitadas nos muros da UFC e que infelizmente este ano foram retiradas para dar lugar a grades. Na Universidade de modo geral o grafite exerce a função de decorar os muros, expressando arte e pensamentos de liberdade e autonomia. Algumas obras do Campus:
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Parte de uma pintura no ICA |
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Próximo ao bloco da Matemática |
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Parte de uma pintura no ICA |
Nos muros do Benfica, Grupo Acidum |
Obra escolhida e algumas reflexões
Portanto busquei algumas obras e me deparei com está que fica no ICA, que se trata de alguns polígonos, distribuídos pela parede da entrada próxima ao R.U
O primeiro questionamento que tive foi o de que talvez não existissem outras obras que componham uma série. Outro questionamento e de quem é esta obra, fato que ainda não sei (e creio que não terei a resposta disso). Então busquei artistas da área que eu poderia me inspirar, e que tivessem obras no mínimo parecidas com esta.
Buscando inspirações
Inspirado nas obras do artista cearense Leandro Alves artista do projeto Filtro de Papel e no Grupo Acidum, projetos que buscam promover reflexões através da arte de rua, pude ver e conhecer algumas pinturas por Fortaleza e entender de forma pessoal como os objetos desenhados se comportam.
Hora de começar!
Outro questionamento surgiu aqui. Normalmente os artistas de quadros mias famosos e que são geométricos constroem uma espécie de manual, que indica a forma de criação do mesmo (possuindo um módulo, tamanho das estruturas, cores exatas e etc). No caso da pintura do ICA isso não acontece, o que não impede a criação da mesma. O primeiro passo seria vetorizar a obra para definir melhor os tamanhos, distâncias e posições de cada polígono.
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Foto Original |
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Vetorização |
Após isso cheguei a um momento em que teria que definir um módulo, para então criar um grid, para obter melhor quesitos de distância, tamanho e etc. Criei inicialmente círculos que ficariam em cada ponta, elas indicariam o número de vértices de cada polígono.
Através disso pude analisar melhor algumas características: 8 polígonos no total, no máximo cada um possuindo no máximo 3 faces e no mínimo 2. São 37 vértices no total. Um polígono pode possuir no máximo 7 vértices e no mínimo 4.
Cada posição dos pontos foi definida de acordo do grid seguindo o módulo e inserido em um vetor. Criei um esquema visual para me ajudar na hora de posicionar cara vértice.
O grid foi adicionado ao processing, chamado através de imagem para guiar na hora da criação
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Bolinhas indicando cada ponta |
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grid com um módulo 100x100 |
Cada posição dos pontos foi definida de acordo do grid seguindo o módulo e inserido em um vetor. Criei um esquema visual para me ajudar na hora de posicionar cara vértice.
O grid foi adicionado ao processing, chamado através de imagem para guiar na hora da criação
Modelo Natural
Não se sabe ao certo o que um grafiteiro quer expressar em suas obras poligonais, mas provavelmente ele quis representar a explosão de cores, o desiquilíbrio que as formas passam, como coisas que podem se modificar com o tempo, tendo formas não tão padrões.Elas também podem estar representando os pensamentos projetados do artista, como nas obras de Leandro Alves, em que os polígonos parecem ser partes do todo, mas que estão se despedaçando, dando a sensação de que os pensamentos do autor estão fluindo junto da obra.
Modelo Matemático
Foi definido junto ao módulo e aos pontos, onde cada vértices ficaria, tento uma variação de no mínimo 10 (lembrando que M 100x100) para cada lado. Essa variação pode melhor ser vista quando se chama a função chama_circulos() no draw.
Modelo Computacional
Basicamente o código consiste em:
- Vetores que definem X[ ] e Y[ ] cada um com 37 de posição
- Vetores que definem as cores R[ ] G[ ] B[ ]
- Função poli_posicoes() que chama todas as posições dos polígonos dos vetores.
- Função chama_circulos() que chama os círculos nas posições, elas serviam para me auxiliar antes de encaixar as formas
- Função poligonos() que desenham os polígonos seguindo as posições
Variações
com as cores originais
tabelando as variações de cores e aplicando textura
Foi tabelada a variação RGB da obra original e inserindo o intervalo do maior e do menor e inserido no vetor de cores. Também foi inserido aqui uma textura de parede ao fundo e por cima da tela.
O código pode ser baixado aqui(Grafitti.pde): Link
Por enquanto é isso. Até mais :D
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